Você sabe como funciona, qual a importância e como fazer a análise da qualidade de combustíveis no seu posto?
A análise da qualidade de combustíveis nos postos revendedores é um assunto importante, regulamentado e fiscalizado com rigor pela ANP por meio do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis – PMQC.
Oferecer combustíveis dentro dos padrões de qualidade pré-estabelecidos pela legislação e normas em vigor, é um dever dos postos revendedores.
Os estabelecimentos que não observam os parâmetros de qualidade dos combustíveis que comercializam, ficam sujeitos à aplicação de certas penalidades como multas e interdição do posto.
Para saber mais e conferir como fazer a análise da qualidade de combustíveis, continue conosco e acompanhe este artigo até o final.
Riscos para postos que comercializam combustíveis fora do padrão de qualidade
De acordo com a legislação em vigor, a comercialização de combustíveis com vícios de qualidade, pode gerar a interdição de bicos e tanques do posto, bem como a aplicação de multa que varia de R$ 20.000,00 a R$ 5.000.000,00.
O posto revendedor que for interditado terá seus equipamentos medidores lacrados e identificados pela ANP por meio de faixa contendo os dizeres: “INTERDITADO PELA ANP”.
Por sua vez, a desinterdição somente poderá ser realizada pela ANP, por órgãos públicos conveniados ou por um representante indicado pela agência.
O rompimento não autorizado do lacre utilizado pela ANP poderá acarretar a interdição total do posto e a aplicação de multa que varia de R$ 50.000,00 a R$ 1.000.000,00, além do encaminhamento do processo administrativo para o Ministério Público Estadual.
Procedimentos para análise da qualidade de combustíveis
Neste tópico, nós vamos apresentar os procedimentos para análise da qualidade de combustíveis, conforme a Cartilha do Posto Revendedor de Combustíveis da ANP.
1.Análise de campo na gasolina C: teor de etanol anidro combustível (EAC) na gasolina
Materiais utilizados:
- Proveta de vidro de 100 ml graduada em subdivisões de 1 ml com boca esmerilhada e tampa, que deve atender as condições estabelecidas na Portaria Inmetro nº 528, de 3 de dezembro de 2014;
- Solução aquosa de cloreto de sódio a 10% peso/volume (100 g de sal para cada litro de solução).
Procedimento:
1.Colocar 50 ml da amostra na proveta previamente limpa, desengordurada e seca, observando a parte inferior do menisco;
2.Adicionar a solução de cloreto de sódio até completar o volume de 100 ml, observando a parte inferior do menisco;
3.Misturar as camadas de água e amostra através de 10 inversões sucessivas da proveta, evitando agitação enérgica;
4.Deixar a proveta em repouso por 10 minutos, em superfície plana e nivelada, de modo a permitir a separação completa das duas camadas;
5.Ler o aumento da camada aquosa, com aproximação de 0,5 ml, posicionando a proveta em superfície plana, nivelada e na altura dos olhos, observando a parte inferior do menisco.
Cálculo e Resultado:
V = (A x 2) + 1, onde:
- V = Teor de etanol anidro (EAC) na gasolina, e
- A = aumento em volume da camada aquosa (etanol e água).
Especificações:
- Teor de Etanol Anidro combustível (EAC) da gasolina C comum: 26 a 28% vol.
- Teor de Etanol Anidro combustível (EAC) da gasolina C premium: 24 a 26% vol.
ATENÇÃO: O percentual obrigatório de EAC na gasolina pode variar conforme previsão legal. Verifique qual o percentual obrigatório vigente no momento de testar a gasolina.
2.Análises de campo no etanol hidratado combustível (EHC) e no etanol hidratado combustível premium (EHCP): massa específica a 20 °C e teor alcoólico
Materiais utilizados:
- Proveta de 1L limpa e seca;
- Densímetro de vidro para álcool, escala 0,750-0,800g/mL e 0,800-0,850g/mL, ou 0,770-0,820g/mL;
- Termômetro de imersão total, aprovado pelo Inmetro;
- Tabelas de massa específica reduzida e de teor alcoólico (geradas no Programa de Tabelas Alcoolométricas, parte integrante da Norma ABNT NBR 5992:2016).
Procedimento:
1.Lavar a proveta com parte da amostra, descartar e encher novamente com a amostra;
2.Introduzir o termômetro na amostra;
3.Imergir o densímetro limpo e seco de tal forma que flutue livremente sem tocar o fundo e as paredes da proveta;
4.Aguardar alguns minutos para que se atinja a estabilidade térmica do conjunto e a posição de equilíbrio do densímetro; e
5.Proceder às leituras do densímetro e da temperatura da amostra e anotar.
Cálculo e Resultado:
Com auxílio das tabelas mencionadas anteriormente, e de acordo com a temperatura da amostra, determinar a massa específica a 20 °C e o correspondente teor alcoólico em % massa (a unidade °INPM é equivalente à unidade % massa para o teor alcoólico).
3.Análise de campo no óleo diesel B: massa específica a 20°C
Materiais utilizados:
- Proveta de 1L, limpa e seca;
- Densímetros de vidro escala 0,800g/mL a 0,850g/mL e 0,850g/mL a 0,900g/mL;
- Termômetro de imersão total, tipo “I” aprovado pelo Inmetro;
- Tabela de correção das densidades e dos volumes para os derivados de petróleo (consta da Resolução CNP nº 6, de 25 de junho de 1970).
Procedimento:
1.Lavar a proveta com parte da amostra, descartar e encher novamente com a amostra;
2.Introduzir o termômetro na amostra;
3.Imergir o densímetro limpo e seco de forma que flutue livremente sem tocar o fundo e as paredes da proveta;
4.Aguardar alguns minutos para que se estabeleça a estabilidade térmica do conjunto e a posição de equilíbrio do densímetro;
5.Proceder às leituras do densímetro e da temperatura da amostra e anotar.
Cálculo e Resultado:
Com auxílio da tabela mencionada anteriormente de acordo com a temperatura da amostra corrigir o valor encontrado para a massa específica a 20 °C.
Especificações:
- Massa específica a 20 ºC do óleo diesel S-500: 815 a 865 kg/m³.
- Massa específica a 20 ºC do óleo diesel S-10: 815 a 853 kg/m³.
4. Análises de campo na gasolina C, no etanol hidratado combustível (EHC) e no óleo diesel B: aspecto e cor
Materiais utilizados:
- Proveta de 1L, limpa e seca.
Procedimento:
- Lavar a proveta com parte da amostra, descartar e encher novamente com a amostra;
- Fazer a verificação visual do aspecto quanto à coloração e à presença de impurezas.
Resultados:
a) expressar os resultados de aspecto observados da seguinte forma:
- I – Límpido e isento de impurezas;
- II – Límpido e com impureza;
- III – Turvo e isento de impurezas, ou
- IV – Turvo e com impurezas.
b) expressar a cor visual.
Especificações:
- Cor da gasolina C: não pode ser azul.
- Cor do EHC: não pode ser azul nem laranja.
- Cor do óleo diesel S-500:
- Cor do óleo diesel S-10: usualmente de incolor a amarelada, podendo apresentar-se ligeiramente alterada para as tonalidades marrom e alaranjada.
- Aspecto da gasolina C, do EHC e do óleo diesel: límpido e isento de impurezas.
Importância da realização da análise de qualidade dos combustíveis
A realização da análise da qualidade de combustíveis no posto é muito importante, tanto para os proprietários dos estabelecimentos, quanto para os consumidores.
Confira os principais aspectos ligados a comercialização de combustíveis de qualidade:
- Confiança do consumidor: Ao assegurar a qualidade do combustível, os postos de abastecimento ganham a confiança de seus clientes.
- Cumprimento da legislação: Realizar análises da qualidade de combustíveis de forma periódica ajuda os postos a permanecerem em conformidade com as normas, evitando penalizações, multas ou até mesmo o encerramento das atividades.
- Redução de reclamações e problemas: Combustíveis adulterados ou de baixa qualidade podem causar danos aos veículos e reclamações.
- Responsabilidade ambiental: Combustíveis de qualidade asseguram uma combustão mais limpa, reduzindo a emissão de poluentes.
- Prevenção contra adulterações: Ao realizar análises regulares, os postos podem detectar rapidamente qualquer irregularidade no combustível recebido das distribuidoras, protegendo-se de possíveis fraudes ou adulterações que possam ocorrer ao longo da cadeia de suprimentos.
- Valorização da marca: Postos de abastecimento que são reconhecidos por vender combustível de alta qualidade podem usar isso como um diferencial competitivo, valorizando sua marca no mercado.
Diante de tudo o que foi exposto até aqui, podemos afirmar que a análise da qualidade de combustíveis nos postos é uma prática que além de ser obrigatória, gera muitos benefícios.
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